Dólar sobe para R$ 5,67 após oito quedas consecutivas
O dólar comercial fechou o dia em alta nesta quarta-feira, após oito sessões consecutivas de quedas. A cotação da moeda americana subiu 0,74% e atingiu R$ 5,67, de acordo com o Banco Central.
A alta do dólar ocorreu em meio a um dia de baixa no mercado de ações, com o índice Ibovespa fechando em queda de 0,44%. Além disso, o não cumprimento do prazo para a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos precatórios, que era esperado para esta semana, também pode ter contribuído para a alta do dólar.
De acordo com analistas, a PEC dos precatórios é fundamental para a aprovação do Orçamento de 2023 e para a manutenção da política fiscal do governo. A não aprovação da PEC pode levar a um aumento da incerteza e do risco no mercado, o que pode ser favorável para a moeda americana.
"A não aprovação da PEC dos precatórios é um fator de risco que pode afetar a confiança dos investidores e levar a uma valorização do dólar", afirma um analista de mercado.
Além disso, a alta do dólar também pode ser explicada pela melhora do humor no mercado externo, com o dólar se valorizando em relação a outras moedas emergentes. Os investidores têm buscado ativos mais seguros, como o dólar, diante da incerteza global.
Previsões para o futuro
Os analistas estão divididos sobre o que pode acontecer com o dólar nos próximos dias. Alguns acreditam que a moeda americana pode continuar a se valorizar, considerando a incerteza política e econômica no Brasil.
"Se a PEC dos precatórios não for aprovada, podemos ver uma valorização maior do dólar nos próximos dias", diz um analista.
Outros, no entanto, acreditam que o dólar pode se estabilizar ou até mesmo cair, caso a PEC seja aprovada e a política fiscal do governo seja mantida.
"Se a PEC for aprovada, podemos ver uma melhora na confiança dos investidores e uma desvalorização do dólar", afirma outro analista.
Impacto na economia
A alta do dólar pode ter um impacto significativo na economia brasileira, especialmente em setores que dependem de importações. A valorização do dólar pode encarecer os produtos importados, o que pode levar a uma inflação maior.
Além disso, a alta do dólar também pode afetar a balança comercial do país, já que as exportações brasileiras podem se tornar menos competitivas em relação às importações.
No entanto, a alta do dólar também pode beneficiar os exportadores brasileiros, que podem ganhar mais com a venda de produtos para o exterior.
Conclusão
A alta do dólar após oito quedas consecutivas é um sinal de que o mercado está nervoso e incerto sobre o futuro da economia brasileira. A não aprovação da PEC dos precatórios e a incerteza política podem contribuir para a valorização da moeda americana.
No entanto, é importante lembrar que o mercado é imprevisível e que o dólar pode se mover em qualquer direção nos próximos dias. Os investidores devem estar atentos às notícias e aos desenvolvimentos econômicos e políticos para tomar decisões informadas.
O mercado financeiro brasileiro apresentou uma jornada irregular, mas com um cenário final mais estável, na última quarta-feira do mês de abril. Após uma sequência de oito quedas consecutivas, o dólar comercial subiu, fechando o dia a R$ 5,677, o que representa um aumento de R$ 0,046 (+0,83%) em relação ao dia anterior. No entanto, essa alta não foi suficiente para reverter a tendência de queda no mês, com o dólar encerrando abril com uma queda de 0,5% em relação ao início do mês.
A volatilidade no mercado de câmbio foi marcante em abril, com um pico de R$ 5,997 no dia 8, logo após as ameaças de tarifas do presidente Donald Trump, que posteriormente foram implementadas. Considerando o ano de 2025, a divisa apresentou uma queda acumulada de 8,15%. Essa dinâmica sugere que os investidores e os agentes econômicos continuam a lidar com as incertezas geradas pelas políticas comerciais dos EUA.
No que diz respeito ao mercado de ações, o índice Ibovespa, da B3, também teve um dia de grande oscilação. Iniciou em baixa, atingindo uma queda de 0,83% às 11h45, mas conseguiu se recuperar ao longo da tarde, guiado pela melhoria das bolsas norte-americanas, e fechou o dia a 135.067 pontos, com uma leve queda de apenas 0,02%. Apesar dessa instabilidade, o Ibovespa encerrou o mês de abril com um desempenho positivo, apresentando uma alta de 3,69%. No acumulado do ano de 2025, a bolsa brasileira avança 12,29%, aproximando-se novamente de sua máxima histórica de 137,3 mil pontos, alcançada no fim de agosto do ano passado.
Um fato importante que influenciou o mercado na última quarta-feira foi a divulgação de que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA encolheu 0,3% no primeiro trimestre. Isso ocorreu principalmente devido à antecipação de importações antes da implementação das novas tarifas do governo Trump em abril, o que indica uma reação das empresas norte-americanas às expectativas de redução do comércio internacional. Essa contração no PIB dos EUA fez o dólar subir em todo o globo, aumentando as preocupações sobre as chances de recessão na maior economia do mundo.
Essa alta do dólar foi particularmente sentida nos países emergentes. Dados fracos da indústria chinesa em abril, que levaram a uma queda das commodities (bens primários com cotação internacional), também contribuíram para essa tendência, pois tais produtos são fundamentais para os países exportadores, incluindo o Brasil e as demais economias da América Latina. A desaceleração da indústria chinesa, portanto, tem um impacto significativo na economia brasileira, considerando a importância das exportações de produtos agrícolas e minerais para o país.
A imposição de tarifas de 145% pelos EUA sobre produtos chineses trouxe uma queda significativa na demanda por esses produtos, o que altera as dinâmicas comerciais e de investimento em escala global. Em resumo, o mês de abril encerrou com um cenário misto para o mercado financeiro brasileiro, com o dólar subindo após uma sequência de quedas e o Ibovespa apresentando um desempenho positivo no mês, mas com a incerteza das políticas comerciais globais mantendo os agentes econômicos em alerta.
