O Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos no Estado de São Paulo (Cira-SP) deflagrou na quarta-feira (8) a Operação Narmer, com o objetivo de combater a sonegação fiscal por parte de uma indústria do setor de tabaco sediada em São Paulo, mas com atuação em Pernambuco e Mato Grosso do Sul. A suspeita é que as fraudes tenham totalizado R$ 152 milhões.

A empresa em questão é a IBC (Indústria Brasileira de Cigarros), fabricante da marca Egipt, que está sob investigação. A ação é consequência de uma operação realizada em 31 de maio de 2022. O nome Narmer é referência ao nome do primeiro faraó do Egito unificado e faz referência à principal marca de cigarro comercializada pela empresa.

A 1ª Vara Especializada em Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Comarca da Capital expediu 22 mandados de busca e apreensão. O Cira-SP é formado pela Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP), pelo Ministério Público e pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE). A operação contou com o apoio das polícias Civil e Militar.

As investigações do comitê apontaram que a sonegação fiscal e a inadimplência tributária envolviam operações simuladas de produção e circulação de cigarros e importação irregular do produto efetivamente comercializado. Além disso, a empresa teria utilizado estruturas societárias nacionais para blindar seu patrimônio.

O próximo passo será analisar documentos e equipamentos eletrônicos apreendidos, pois a perícia poderá fornecer dados capazes de consolidar a investigação. O promotor de Justiça Alexandre Castilho destacou que o ramo do tabaco é problemático no país, pois milhões de reais são sonegados todos os anos.

A Agência Brasil tentou contato com a empresa alvo da operação, mas não obteve resposta. O espaço está aberto para manifestação.

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