No quarto dia após o aumento das passagens municipais de transporte público em São Paulo, de R$ 4,40 para R$ 5,00, e das passagens do transporte sobre trilhos de R$5,00 para R$5,20, cerca de 2000 pessoas saíram às ruas para protestar contra os novos valores e as privatizações, e a favor da gratuidade dos transportes públicos. A marcha começou na frente da prefeitura e terminou no Vale do Anhangabaú, após circular pelo centro da cidade.
O movimento foi convocado após a prefeitura anunciar o aumento após reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT). Mandatos da oposição e alguns membros do conselho acusaram a municipalidade de não permitir um debate amplo sobre o aumento e a participação estatal no financiamento do sistema. Os manifestantes reclamaram do peso do valor das passagens no orçamento da maior parte da população.
A prefeitura justificou o aumento afirmando que há gratuidades para públicos específicos, como estudantes, idosos e deficientes, além do valor ter passado 5 anos sem aumento. No entanto, o movimento Passe Livre defende que o transporte público deve ser gratuito para todos, sem restrições.
O movimento Passe Livre tem sua origem na organização autônoma da Campanha do Passe Livre, em Florianópolis, no ano 2000, e pelas mobilizações em Salvador, em 2003. Em 2013, a grande mobilização do coletivo paulistano e a dura repressão policial em São Paulo deram origem aos protestos massivos das jornadas de junho, processo que originou movimentos políticos à direita e à esquerda.
Agora, no entanto, o movimento Passe Livre “voltou às origens”, atuando como um movimento de discussão permanente e horizontal, com menos participantes e entusiastas, mas ativo nas redes e eventualmente, como hoje, em mobilizações nas ruas. A luta por um transporte público gratuito e público é um tema que envolve a vida de muitas pessoas em São Paulo e outros lugares do país, e o movimento Passe Livre continuará a lutar por essa causa.