Brasil em negociações com EUA para evitar sanções, diz Ministério da Economia
O Governo brasileiro está em negociações intensas com os EUA para evitar sanções econômicas impostas pelo presidente Donald Trump em virtude do Acordo de Comércio e Cooperação entre Brasil e União Sul Americana (Mercosul), segundo informações do Ministério da Economia.
Em declaração ao jornal O Estado de S.Paulo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o objetivo é encontrar um acordo que atenda aos interesses brasileiros e evite sanções. "Estamos trabalhando intensamente para encontrar um acordo que atenda às necessidades dos EUA e ao Mercosul, garantindo que o acordo seja benéfico para todos os envolvidos", disse.
As sanções podem ser impostas porque o presidente Trump decididos que o Acordo de Comércio e Cooperação entre o Brasil e o Mercosul não foi ratificado pelo Congreso dos EUA antes da data prevista. O acordo foi assinado em 27 de junho de 2019, mas o processo de ratificação ainda não foi concluído.
O Acordo de Comércio e Cooperação entre o Brasil e o Mercosul elimina tarifas e quotas para aproximadamente 92% das mercadorias entre os países signatários e estabelece regras para a origem de produtos e a resolução de disputas comerciais. No entanto, o presidente Trump criticou o acordo, alegando que ele beneficia os outros países membros do Mercosul, como a Argentina, ao custa dos EUA.
O ministro Paulo Guedes também destacou que o Brasil está trabalhando para fortalecer as relações comerciais com os EUA, dentro e fora do Mercosul. "Nossa estratégia é agregar valor ao comércio, criando oportunidades para as empresas brasileiras e aumentar a competitividade do país", acrescentou.
Já o deputado Luís Carlos Santos, líder da bancada do DEM na Câmara dos Deputados, disse que há estudos que apontam que o Acordo de Comércio e Cooperação entre o Brasil e o Mercosul pode gerar benefícios econômicos significativos para o país, como a criação de empregos e a redução de preços.
"É fundamental que o Brasil e o Mercosul trabalhem juntos para proteger os interesses econômicos do país e evitar sanções desnecessárias", disse o deputado.
A situação atual é reflexiva da crise comercial entre EUA e China, em que os EUA impuseram tarifas sobre $200 bilhões de dólares de bens exportados por Pequim, em resposta às práticas comerciais consideradas injustas e anti-mercantis pelas autoridades americanas.
Here is a summary of the article in 600 words:
Brazil’s commercial deficit with the United States is expected to benefit the country in the context of the promised tariff increase by President-elect Donald Trump, said Tatiana Prazeres, the Secretary of Foreign Trade at the Ministry of Development, Industry, Commerce and Services (MDIC). According to her, the Brazilian government will work to maintain and deepen economic ties with the world’s largest economy.
In 2024, Brazil had a small commercial deficit of $253 million with the United States, exporting $40.33 billion and importing $40.58 billion. The United States is the second-largest trade partner, destination, and source of imports for Brazil. Tatiana Prazeres highlighted that Brazil is the sixth-largest commercial surplus for the United States, including goods and services.
The Brazilian government is also focusing on the Dialogue for Development and Cooperation between Brazil and the United States, a direct dialogue between MDIC, the US Department of Commerce, and the International Trade Administration (ITA). This dialogue will help strengthen commercial relations and economic ties between the two countries. The most recent meeting took place in September last year.
Another factor that will contribute to the strengthening of economic ties is the significant flow of intercompany transactions between Brazilian and US companies, as well as US companies with affiliates in Brazil. “The significant flow of intercompany transactions between Brazil and the United States will make the commercial relationship not only saving, but privileged,” said the Secretary.
In 2024, Brazil recorded a record of exports to around 50 countries, including the United States, Spain, Canada, the United Arab Emirates, and Indonesia. The sales of automobiles, airplanes, compressors, and pumps, beef, pork, iron ore, cellulose, and fruit juices have increased significantly last year.
However, the exports to China have fallen 9.3% last year, due to the decline in international prices of commodities (primary goods) and the deceleration of the Asian country, which is Brazil’s largest trade partner. In December, the export value to China fell 40.2% compared to the same month in 2023.
Regarding imports, which rose 9% last year and led to the commercial balance deficit falling to $74.552 billion in 2024, the Secretary stated that much of the growth was concentrated in capital goods (machines and goods used in production). In 2024, the purchase of these goods reached the highest level in 10 years, indicating the use of imports for productive investment in Brazil.
Last year, the imports of capital goods increased 20.6% in value, with a 25.6% increase in volume and a 4.7% decline in average prices. The imports of consumer goods rose 23.4%, with a 19.1% increase in volume and a 1.3% decline in average price. The purchases of intermediate goods rose 7%, with a 15.9% increase in volume and a 9.3% decline in prices.