Desde o início do ano, a concessionária Supervia, responsável pela malha ferroviária urbana do estado do Rio de Janeiro, registrou um furto de mais de 62,78 quilômetros de cabos. Embora isso represente uma redução de 26,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram roubados 85,12 quilômetros, a situação é motivo de preocupação para a empresa.

A Supervia considera que a redução observada em 2024 é devido a ações de segurança, como a adoção de nanomarcadores, uma espécie de verniz aplicado em todos os cabos, que permite que os técnicos identifiquem facilmente se o cabo é ou não da concessionária. Além disso, a empresa afirma que o aumento do número de agentes envolvidos no Programa de Integração de Segurança da Polícia Militar (Proeis) também contribuiu para a redução.

No entanto, apesar da redução, o cenário é motivador de preocupações para a Supervia. “O furto de cabos ainda é um problema persistente que atrapalha a complexa operação dos trens da Região Metropolitana do Rio de Janeiro”, diz a concessionária.

A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que mantém policiamento no entorno das estações e atua em apoio à concessionária sempre que solicitada, além de trabalhar em parceria com as delegacias locais da Polícia Civil para identificar e prender os criminosos. A Polícia Civil também está investigando todos os casos registrados.

O furto de cabos é um dos principais motivos para as dificuldades financeiras e problemas de qualidade na oferta do serviço da Supervia. As frequentes paralisações nas viagens e a superlotação de vagões se tornaram realidade em meio à crise que se arrasta há alguns anos.

A Supervia entrou em recuperação judicial em 2021 contabilizando prejuízos que chegam a R$ 1,2 bilhão. No entanto, o governo estadual considera insuficientes as explicações e o consórcio Gumi, formado por empresas japonesas que controlam a Supervia, já ameaçou devolver a operação dos trens urbanos algumas vezes.

Recentemente, a Supervia e o governo do Rio de Janeiro alcançaram um acordo para a transição do serviço até a realização de uma nova licitação. A concessionária e o governo se comprometeram a investir R$ 450 milhões nos próximos 6 a 9 meses, incluindo R$ 300 milhões dos cofres do estado e R$ 150 milhões da concessionária.

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