Na madrugada de sábado (7), um protesto foi realizado na comunidade de Santo Amaro, no Rio de Janeiro, após a morte do jovem Herus Guimarães, que foi baleado durante uma operação da Polícia Militar realizada durante uma festa junina. Além de Herus, outras quatro pessoas ficaram feridas e seguem internadas no Hospital Municipal Souza Aguiar, com uma delas em estado grave.

Os participantes do protesto seguravam cartazes com slogans como “Justiça para Herus. Favelado não é bandido”, enquanto adolescentes que participaram da apresentação de quadrilhas durante a festa exibiam as camisas manchadas de sangue. Religiosos da comunidade também participaram do protesto e realizaram uma roda de oração pedindo paz e proteção para a população local.

Em um vídeo publicado nas redes sociais da ONG Voz da Comunidade, um morador relatou ter confrontado os policiais após o início da operação. Ele disse ter perguntado aos policiais por que estavam realizando a operação, considerando que havia muitas crianças presentes na festa. O morador também relatou ter sido agredido com uma bomba de gás lacrimogêneo.

O Ministério da Igualdade Racial anunciou que enviará ofícios às autoridades do estado e aos órgãos de controle para que sejam apresentadas as razões e os efeitos da operação. A ministra Anielle Franco classificou o caso como “revoltante e desesperador” e prestou solidariedade às famílias de Herus e dos feridos, afirmando que “um jovem morreu e várias pessoas ficaram feridas por uma política de segurança pública que não respeita a vida daqueles que moram e residem em favelas e periferias”.

A ministra de Direitos Humanos, Macaé Evaristo, também se posicionou sobre o ocorrido, afirmando que “segurança pública não pode ser sinônimo de medo, é um direito de todos” e que “os direitos à cultura e à vida devem ser assegurados, independentemente do CEP”.

O Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro divulgou uma nota de repúdio ao episódio, afirmando que “não se justifica uma operação policial durante plena festa junina, com a presença de crianças e adolescentes” e que “a proteção à criança e adolescente é obrigação do Estado, não sendo aceitável que o enfrentamento ao crime organizado ponha em risco exatamente aqueles que temos a obrigação primária de proteger”.

O caso também está sendo acompanhado pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do estado e pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que manifestou “profundo pesar” pelos acontecimentos e se solidarizou com os familiares das vítimas, com os feridos e toda a comunidade.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro declarou que “destaca o seu comprometimento com a independência, a apuração dos fatos e com o exercício do controle externo da atividade policial” e que “acompanha o caso desde os primeiros momentos, a fim de buscar as providências cabíveis e responsabilização de quem é de direito”.

Esses pronunciamentos e ações demonstram a preocupação e a indignação da sociedade e das instituições com a violência policial e a necessidade de garantir a segurança e os direitos das comunidades, especialmente das mais vulneráveis. É fundamental que sejam tomadas medidas para prevenir a violência policial e garantir a responsabilização dos agentes que cometem abusos, bem como para promover a segurança e a paz nas comunidades.

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