O corpo da ativista trans Dannielly Rocha, conhecida como Danny Rocha, de 38 anos, que foi brutalmente assassinada em sua casa no bairro da Lapa, região central do Rio de Janeiro, na madrugada da última sexta-feira (2), será trasladado para sua cidade natal, Belém do Pará, nesta quinta-feira (8). A vítima foi morta por um homem desconhecido, que levou o aparelho celular da vítima e foi flagrado pelas câmeras de segurança saindo do imóvel.
Danny era uma ativista e cozinheira da CasaNem, um centro de acolhimento para pessoas LGBTQIA+ no bairro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro. Para garantir o velório no Rio de Janeiro e o traslado do corpo para o Pará, foi criada uma campanha solidária que arrecadou R$ 18 mil. A despedida está marcada para esta quinta-feira (8).
O crime provocou reações de indignação e revolta por parte de movimentos sociais, autoridades e parlamentares, que denunciam a violência e o abandono histórico enfrentado pela população trans no Brasil. A deputada estadual Dani Balbi (PCdoB), primeira mulher trans eleita para a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), vem liderando a mobilização por justiça.
A parlamentar comemorou a conclusão da arrecadação e reafirmou seu compromisso com o acompanhamento do caso. “Agradeço profundamente a todas as pessoas que se mobilizaram, doaram e compartilharam a campanha que garantiu os recursos para o velório de Danny Rocha no Rio de Janeiro e o traslado do seu corpo para o Pará, seu estado natal. Essa era a vontade dela e da família, e é uma honra poder ajudar a realizar esse gesto de dignidade e respeito, mesmo em meio a tanta dor. Danny merece ser lembrada com afeto, justiça e pelo legado de acolhimento que deixou”, disse Dani Balbi.
A deputada também destacou que segue “firme” no acompanhamento das investigações e na cobrança por justiça. “A sociedade não pode aceitar o silêncio diante do assassinato de mais uma mulher trans. Exigimos a apuração rigorosa dos fatos, a identificação do responsável e a responsabilização pelo crime. Não descansaremos até que Danny Rocha tenha justiça”, disse.
De acordo com dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), em 2024, 122 pessoas trans foram assassinadas no Brasil, sendo que cinco delas eram defensoras de direitos humanos. Embora haja uma leve redução em relação ao ano anterior, o país segue sendo o mais letal do mundo para essa população. A expectativa de vida de pessoas trans ainda gira em torno dos 35 anos.
A morte de Danny Rocha é mais um caso de violência contra a população trans no Brasil, que enfrenta uma situação de vulnerabilidade e exclusão. A comunidade LGBTQIA+ e os movimentos sociais lutam por justiça e igualdade de direitos, e o caso de Danny Rocha é um exemplo da importância da luta contra a discriminação e a violência.
A campanha solidária que arrecadou fundos para o velório e o traslado do corpo de Danny Rocha é um exemplo da Solidariedade e do apoio que a comunidade pode oferecer em momento de dor e luto. Além disso, a mobilização por justiça e a cobrança por responsabilidade são fundamentais para garantir que os direitos humanos sejam respeitados e que a população trans seja protegida.
Em resumo, a morte de Danny Rocha é um caso de violência que choca a sociedade e destaca a importância da luta contra a discriminação e a violência contra a população trans. A comunidade LGBTQIA+ e os movimentos sociais lutam por justiça e igualdade de direitos, e o caso de Danny Rocha é um exemplo da necessidade de uma maior conscientização e apoio para combater a violência e a exclusão.
